segunda-feira, 9 de abril de 2012

Relatório sobre a Felicidade Mundial: O PIB não mede a felicidade


Faltam apenas dois meses para a conferência Rio+20 e as Nações Unidas chamam a atenção para um tema que será discutido no programa: a substituição do PIB (Produto Interno Bruto) por outra medida de sucesso de um país.

Recentemente o Instituto da Terra da Universidade da Columbia publicou o relatório Felicidade Mundial para a Conferência das Nações Unidas sobre Felicidade. Este relatório constitui um forte argumento que há muito mais fatores que contribuem para a felicidade de uma nação do que o estado da economia. Neste documento é sublinhada a importância da felicidade e da ausência de miséria e que estes deveriam ser novos critérios para as políticas dos governos.

Ban Ki-moon, o secretário-geral das Nações Unidas declarou: “O Produto Interno Bruto há muito que tem sido o critério pelo qual foram medidas as economias e os políticos. No entanto, não tem em consideração os custos sociais e ambientais do chamado progresso. Precisamos de um novo paradigma económico que reconheça a paridade entre os três pilares do desenvolvimento sustentável. O bem-estar social, económico e ambiental são indivisíveis. Juntos definem a Felicidade Global Bruta.”

Este não é o primeiro estudo que chega a esta conclusão. Há muito tempo que se investiga e discute a possibilidade de substituir o PIB por outra medida de felicidade e desenvolvimento de um país. Há anos que é demonstrado que quando as necessidades básicas como vestuário, habitação, alimentação e um pouco de lazer são satisfeitas, maiores rendimentos não correspondem diretamente a maior felicidade e satisfação com a vida.

Não é apenas riqueza que torna as pessoas felizes. A liberdade política, comunidades fortes e ausência de corrupção quando combinadas são mais importantes do que o rendimento, na explicação das diferenças de bem-estar entre os países mais e menos felizes. A nível individual, uma boa saúde física e mental, as pessoas que nos apoiam, a segurança no trabalho e famílias estáveis são cruciais.

Este relatório mostra que sempre que a felicidade é medida por quão felizes estão as pessoas com as suas vidas então:

- Os países mais felizes tendem a ser os mais ricos. Mas mais importante para a felicidade do que o rendimento são fatores sociais como a força do apoio social, a ausência de corrupção e o grau de liberdade pessoal. 
- À medida que os padrões de vida aumentaram, a felicidade aumentou apenas nalguns países. Em média, o mundo tornou-se um pouco mais feliz nos últimos 30 anos. 
- O desemprego causa tanta infelicidade como o luto ou separação. No trabalho, a estabilidade e boas relações fazem mais pela satisfação com o emprego do que um ordenado alto e horário favorável. 
- O bom comportamento torna as pessoas mais felizes.
- A saúde mental é o principal fator isolado que afeta a felicidade em qualquer país. Contudo, nos países desenvolvidos apenas um quarto dos doentes mentais recebem tratamento para a sua condição e nos países mais pobres os números ainda são mais baixos. 
- Uma vida familiar estável e casamentos duradouros são importantes para a felicidade dos pais e das crianças. 
- Nos países desenvolvidos, as mulheres são mais felizes do que os homens. 
- A felicidade é mais baixa na meia-idade.

O relatório sublinha que “a lógica dos economistas ocidentais do cada vez mais alto Produto Nacional Bruto está construído sobre uma visão da humanidade em completo desacordo com o conhecimento dos sábios, a investigação dos psicólogos (...) O economista assume que os indivíduos são decisores racionais, que sabem o que querem e como obtê-lo ou chegar o mais perto possível disso dado o seu orçamento. Os indivíduos importam-se em grande parte com o seu prazer especialmente através do seu consumo. (…) Cada vez mais entendemos que precisamos de um modelo de humanidade muito diferente."

Os países mais felizes do mundo estão no norte da Europa (Dinamarca, Noruega, Filândia e Holanda). Alcançam uma pontuação de 7.6 numa escala de 0 a 10. As populações mais infelizes habitam na África Subsariana (Togo, Benin, República Centro Africana e Serra Leoa) com uma pontuação média de 3.4.

Poderá aceder ao relatório completo aqui.

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