terça-feira, 4 de junho de 2013

Conquistar o mar: o Atlântico português como nunca antes se viu



Metais preciosos, cordilheiras subaquáticas, biodiversidade e até um “ovo estrelado”. São várias as riquezas e os mistérios naturais que se escondem nas águas que rodeiam Portugal, mas só recentemente os investigadores começaram a desancorá-los. Proteger e dar uso a estes recursos é a grande ambição.

Olhando para um mapa do Velho Continente, ficamos com a sensação de que Portugal está de costas viradas para os seus vizinhos europeus. O mesmo já não acontece com a enorme mancha azul que se estende mesmo à sua frente: o oceano Atlântico. Dotado de uma linha costeira que se prolonga por 1187 quilómetros, o nosso país tem ao seu dispor uma das maiores zonas económicas exclusivas (ZEE) do continente europeu. Ou seja, toda a zona marítima que vai até às 200 milhas náuticas (370 km), para além da linha de costa, está debaixo da sua soberania, dando-lhe o direito de explorar, conservar e administrar os recursos que aí se encontrem. Deste modo, e em grande parte por causa dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, Portugal possui uma ZEE espalhada por 1,7 milhões de quilómetros quadrados, o que equivale a 18 vezes a área em terra do país. Uma enormidade.

Em 2009, o governo português entregou à ONU uma proposta para aumentar a sua área de soberania marítima para além das 200 milhas náuticas, o Projeto de Extensão da Plataforma Continental. O veredicto final não será conhecido antes de 2013, mas, caso seja aceite, permitirá que o litoral de Portugal continental, a Madeira e os Açores fiquem ligados por uma enorme faixa de água (sob jurisdição nacional) que corresponde a 3,6 milhões de quilómetros quadrados. Contudo, e para que fosse possível chegar até aqui, primeiro foi necessário investigar e conhecer melhor o fundo do oceano que nos cerca. E assim começa a nossa epopeia pelo fundo dos mares.

As primeiras campanhas científicas destinadas a fazer levantamentos hidrográficos e a estudar a superfície do fundo marinho das áreas que Portugal pretende reclamar para si marcaram o ano de 2005. Após 2009 (com a entrega da proposta de extensão da plataforma continental à ONU), as investigações prosseguiram, embora com menos vigor. A última campanha decorreu entre os meses de Junho e Julho, nas ilhas Desertas e no Porto Santo (arquipélago da Madeira), assim como nos ilhéus das Formigas (Açores). E antes? Em que outros lugares do Atlântico estiveram os cientistas portugueses? E a fazer o quê?

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